domingo, 21 de abril de 2013

CRIADO O "NUCLEO DE EDUCADORES E EDUCADORAS DE PEDRO II"

 
 
No dia 19 de abril, às 14 horas, na Fundação Santa Ângela (município de Pedro II), parte do grupo de educadores formado pelo 2º Curso de Educadores Jovens do Campo (2011 a 2012), reuniram-se com os educadores Antônio Carvalho (Fundação Santa Ângela e Recid), Rosa Pereira (Recid) e Luciano Melo (Uespi – Humanismo Caboclo). Estiveram presentes os seguintes jovens: Driele (comunidade Córrego – Pedro II). Naide (cidade de Sigefredo Pacheco); Francisco de Assis (Paciência - Piripiri); Domingos Júnior (Caiçara - Piripiri); Daniele (Palmeira dos Ferreira – Pedro II); Camila (São Braz – Pedro II); Maria Jaqueline (Engazeira – Pedro II); Marcos Aurélio (Cigalha – Piracuruca); William (Assentamento Várzea II – Piripiri); Jairo (assentamento Sabiá - Piripiri); Suzane (Barra da Onça – Lagoa de São Francisco); Nayara (Mororó – Lagoa de São Francisco).

Os objetivos da reunião foram: estimular a caminhada dos educadores que participaram do curso (pois acreditamos que o processo de acompanhamento com os jovens deve ser continuado e desafiador); dar continuidade à construção de uma rede de educadores jovens do campo dos municípios de Pedro II, Lagoa de São Francisco, Piripiri, Piracuruca e Sigefredo Pacheco (a Recid deve se esforçar por construir práticas sistemáticas de apoio às organizações populares da juventude); construir com os jovens perfis dos trabalhos sociais desenvolvidos por suas organizações em suas comunidades (a rede de jovens deve sempre ter em vista a realidade concreta de seus atores); convidar os jovens para participar do Encontro Microrregional da Recid a ocorrer no município de Sigefredo Pacheco entre 24 e 26 de maio de 2013 (os encontros de animação, estudo e trocas de experiências devem contar com a participação cada vez maior da juventude organizada); divulgar o 3º Curso de Formação de Educadores do Campo (2013-2014) a iniciar em junho e disponibilizar vagas para outros jovens das organizações participantes da rede de educadores jovens do campo (este curso é uma parceria entre a Fundação Santa Ângela, Universidade Estadual do Piauí – projeto extensionista “Humanismo Caboclo” – e Recid).

O momento de mística foi motivado pelo “credo do educador” a partir do qual os participantes desenvolveram as seguintes considerações: “creio na educação quando libertadora (...) Educação que é libertadora, que todos nós queremos, termos senso crítico. Essa educação para uma nova sociedade”; “mudanças”; “educação de conflito pois é, ao encarar os conflitos e desigualdades, que superamos nossas contradições. Exige-nos um posicionamento: queremos ficar do lado do opressor ou do oprimido?”; “Vai de encontro ao que discutimos no nosso cotidiano. Uma educação que humaniza: ela é capaz de dar conta das diversas dimensões da pessoa: família, cultura, lazer, trabalho (...) Ajuda a compreender nosso papel enquanto cidadão para a transformação da sociedade”.

 
Depois de esclarecer os objetivos de nosso encontro e os passos de nossa reunião, passamos para o preenchimento do “Perfil dos Jovens e de seus grupos”. A ideia foi conhecer mais e melhor os jovens e os trabalhos que desenvolvem nas comunidades. Primeiramente, lemos o questionário e explicamos a direção das questões. Em seguida, passamos para o preenchimento individual dos questionários. Por fim, ao final, realizamos uma avaliação do instrumental e como foi participar daquele exercício reflexivo. “Para mim foi difícil. A gente passa muito tempo na escola. Por isso, as respostas do questionário não refletem bem a atuação do grupo na comunidade, pois estamos distantes da comunidade”. Outro jovem destacou o seguinte: “ajudou na autocrítica, pensando o que fizemos, que podíamos ter feito mais, naquilo que deu certo”. Um terceiro jovem fez a seguinte consideração: “cada vez mais, os grupos precisam mais de nossa atuação. Hoje, o grupo de jovens quer assumir a direção da associação de moradores. Eu já fico preocupado por a gente já não ter mais tempo para ficar na comunidade. Pelos trabalhos que temos, não conseguimos agendar reuniões com o coletivo”.

Por fim, o educador Antônio Carvalho pontuou: “o grupo que não registra se perde na história. O instrumental permite a gente estar resgatando a história do grupo e da comunidade. Foi interessante, mas é preciso refazer com o grupo para registrar a nossa história. A outra coisa, eu acho interessante a Susane, a Nayara fazer um trabalho de base. Este é um trabalho fabuloso de formação humana e de conquistas coletivas. Aprendemos fazendo. Sem o grupo, somente aprendemos. Precisamos de um grupo para atuar. O grupo é onde exercitamos o aprendizado fazendo. Se com o grupo de jovens for difícil, então procurar fazer com alguns moradores. A educação popular é fazer na prática”. O professor Luciano Melo lembrou que aquele exercício de avaliação serviu para nos apropriarmos daquele instrumental e, ao mesmo tempo, ponderar sobre os significados da avaliação como elemento necessário para a caminhada educativa.
Desse modo, a proposta encaminhada foi que os jovens levassem aquele instrumental para seus grupos (grupos de jovens, associação de moradores, grupos de estudo, crisma ou catequese etc.) e, com todos, fizessem uma reflexão franca e crítica sobre a atuação dos mesmos. Na próxima reunião (14 de junho, às 16 horas), retomaríamos essa avaliação no sentido de, pouco a pouco, consolidarmos nosso trabalho como “Núcleo de Educadores de Pedro II” (nome dado ao coletivo criado).
 
Luciano Melo (educador da RECID/UESPI)

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