No dia 19 de abril, às 14 horas, na Fundação Santa Ângela
(município de Pedro II), parte do grupo de educadores formado pelo 2º Curso de
Educadores Jovens do Campo (2011 a 2012), reuniram-se com os educadores Antônio
Carvalho (Fundação Santa Ângela e Recid), Rosa Pereira (Recid) e Luciano Melo
(Uespi – Humanismo Caboclo). Estiveram presentes os seguintes jovens: Driele
(comunidade Córrego – Pedro II). Naide (cidade de Sigefredo Pacheco); Francisco
de Assis (Paciência - Piripiri); Domingos Júnior (Caiçara - Piripiri); Daniele
(Palmeira dos Ferreira – Pedro II); Camila (São Braz – Pedro II); Maria
Jaqueline (Engazeira – Pedro II); Marcos Aurélio (Cigalha – Piracuruca);
William (Assentamento Várzea II – Piripiri); Jairo (assentamento Sabiá -
Piripiri); Suzane (Barra da Onça – Lagoa de São Francisco); Nayara (Mororó –
Lagoa de São Francisco).
Os objetivos da reunião foram:
estimular a caminhada dos educadores que participaram do curso (pois
acreditamos que o processo de acompanhamento com os jovens deve ser continuado
e desafiador); dar continuidade à construção de uma rede de educadores jovens
do campo dos municípios de Pedro II, Lagoa de São Francisco, Piripiri,
Piracuruca e Sigefredo Pacheco (a Recid deve se esforçar por construir práticas
sistemáticas de apoio às organizações populares da juventude); construir com os
jovens perfis dos trabalhos sociais desenvolvidos por suas organizações em suas
comunidades (a rede de jovens deve sempre ter em vista a realidade concreta de
seus atores); convidar os jovens para participar do Encontro Microrregional da
Recid a ocorrer no município de Sigefredo Pacheco entre 24 e 26 de maio de 2013
(os encontros de animação, estudo e trocas de experiências devem contar com a
participação cada vez maior da juventude organizada); divulgar o 3º Curso de
Formação de Educadores do Campo (2013-2014) a iniciar em junho e disponibilizar
vagas para outros jovens das organizações participantes da rede de educadores
jovens do campo (este curso é uma parceria entre a Fundação Santa Ângela, Universidade
Estadual do Piauí – projeto extensionista “Humanismo Caboclo” – e Recid).
O momento de mística foi motivado
pelo “credo do educador” a partir do qual os participantes desenvolveram as
seguintes considerações: “creio na educação quando libertadora (...) Educação
que é libertadora, que todos nós queremos, termos senso crítico. Essa educação
para uma nova sociedade”; “mudanças”; “educação de conflito pois é, ao encarar
os conflitos e desigualdades, que superamos nossas contradições. Exige-nos um
posicionamento: queremos ficar do lado do opressor ou do oprimido?”; “Vai de
encontro ao que discutimos no nosso cotidiano. Uma educação que humaniza: ela é
capaz de dar conta das diversas dimensões da pessoa: família, cultura, lazer,
trabalho (...) Ajuda a compreender nosso papel enquanto cidadão para a
transformação da sociedade”.
Depois de esclarecer os objetivos
de nosso encontro e os passos de nossa reunião, passamos para o preenchimento
do “Perfil dos Jovens e de seus grupos”. A ideia foi conhecer mais e melhor os
jovens e os trabalhos que desenvolvem nas comunidades. Primeiramente, lemos o
questionário e explicamos a direção das questões. Em seguida, passamos para o
preenchimento individual dos questionários. Por fim, ao final, realizamos uma
avaliação do instrumental e como foi participar daquele exercício reflexivo.
“Para mim foi difícil. A gente passa muito tempo na escola. Por isso, as
respostas do questionário não refletem bem a atuação do grupo na comunidade,
pois estamos distantes da comunidade”. Outro jovem destacou o seguinte: “ajudou
na autocrítica, pensando o que fizemos, que podíamos ter feito mais, naquilo
que deu certo”. Um terceiro jovem fez a seguinte consideração: “cada vez mais,
os grupos precisam mais de nossa atuação. Hoje, o grupo de jovens quer assumir
a direção da associação de moradores. Eu já fico preocupado por a gente já não
ter mais tempo para ficar na comunidade. Pelos trabalhos que temos, não
conseguimos agendar reuniões com o coletivo”.
Por fim, o educador Antônio
Carvalho pontuou: “o grupo que não registra se perde na história. O
instrumental permite a gente estar resgatando a história do grupo e da
comunidade. Foi interessante, mas é preciso refazer com o grupo para registrar
a nossa história. A outra coisa, eu acho interessante a Susane, a Nayara fazer
um trabalho de base. Este é um trabalho fabuloso de formação humana e de
conquistas coletivas. Aprendemos fazendo. Sem o grupo, somente aprendemos.
Precisamos de um grupo para atuar. O grupo é onde exercitamos o aprendizado fazendo.
Se com o grupo de jovens for difícil, então procurar fazer com alguns
moradores. A educação popular é fazer na prática”. O professor Luciano Melo
lembrou que aquele exercício de avaliação serviu para nos apropriarmos daquele
instrumental e, ao mesmo tempo, ponderar sobre os significados da avaliação
como elemento necessário para a caminhada educativa.
Desse modo, a proposta encaminhada foi que os
jovens levassem aquele instrumental para seus grupos (grupos de jovens,
associação de moradores, grupos de estudo, crisma ou catequese etc.) e, com
todos, fizessem uma reflexão franca e crítica sobre a atuação dos mesmos. Na
próxima reunião (14 de junho, às 16 horas), retomaríamos essa avaliação no
sentido de, pouco a pouco, consolidarmos nosso trabalho como “Núcleo de
Educadores de Pedro II” (nome dado ao coletivo criado).
Luciano Melo (educador da RECID/UESPI)
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