sexta-feira, 9 de março de 2012

RECID PIAUÍ AVALIA SUA CAMINHADA

Foram dois dias no Centro de Guadalupe em Teresina, de muito diálogo, reflexão, mística e muitas inquietações provocadas sobretudo pelo acúmulo de material produzido pela RECID PIAUI ao longo dos seus trabalhos no campo da educação popular e bem mais que isso, no campo da busca incessante pelo fortalecimento das bases, resgatando, articulando, fortalecendo a caminhada em cada canto desse Estado, cada um com suas formas, forças, e como diz o nosso próprio linguajar, com saberes e sabores diferentes que se entrelaçam a exemplo das mãos que formam o logo da Rede, numa perfeita sintonia que reflete atitude e perseverança rumo a conquista de um país rico e sem miséria.
Nesse olhar aprofundado sobre nossas ações, ressaltamos algo de grande significância, a exemplo do que diria Paulo Freire em suas palavras: “Ninguém está só no mundo...”, da mesma forma não teríamos avançado tanto se não pudéssemos contar com a relevante colaboração dos Educadores Voluntários que chamam o compromisso e assumem como sendo sua causa, muito embora, ainda exista em alguns recantos a séria dependência na sua relação com os educadores contratados, pois se entende também que o convênio não é muito atencioso com esses voluntários quando não se estende até eles as condições de trabalho ou quando não se amplia os espaços de participação além da presença do educador liberado e da coordenação. “Mas que nem por isso deixamos de assumir a identidade da RECID nos nossos trabalhos de base”... completa Frank Sousa.
A memória da RECID PIAUI está viva. Além dos textos para reflexão política que recebemos, temos tido também os instrumentais de avaliação organizado pela equipe de trabalho PEDAGÓGICA; o acúmulo de postagens no blog, os relatórios pedagógicos e agora a tão esperada continuidade do informativo impresso... com tudo isso, já não se pode mais dizer que a RECID PI não possui memória... e que SISTEMATIZAR talvez já não cause mais medo ou espanto.
Falar da Juventude é discutir sempre o contexto em que vivemos e as estratégias de como estar junto, fazendo junto, não tendo que nunca julgar a juventude sem antes relacionar o SEU QUERER com a nossa prática de SER EDUCADOR, pois se existe algo que os incentiva à participar são os chamados “atrativos” como o Carnaval da Juventude de Florianoo projeto de geração de renda para a Juventude de Picos, os Cursos Modulares com a forte presença da UESPI em Pedro II, são as lutas concretas como a dos estudantes teresinenses resgatada e debatida com os companheiros e companheiras da grande região nordeste.
Quanto à diversidade de grupos e demandas políticas, escutamos a mais nova educadora presente Juliana dizer que: “as bandeiras de lutas são bastante comuns, mas ainda seguem fragilizadas”... Por isso mesmo, seu grupo de trabalho que também tinha Frank, Luciano, Rosinha e Carvalho veio dizendo que: "acompanhamento sistemático ainda é um desafio; e o mais importante é que falta-nos um planejamento estratégico que assegure a nossa ação para além das oficinas e dos intermunicipais...", como fez o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itainópolis, pondo as ações da RECID no seu planejamento de atividades do ano que se segue.
E se dizem que para o convênio o que importa são números, pois chegamos ao inicio de março e praticamente estamos apresentando o cumprimento das 92 oficinas, faltando apenas um total de 14 oficinas no geral para concluirmos de fato a referida meta estabelecida.
Por isso mesmo, achamos de grande importância a retomada de uma avaliação já iniciada ainda por ocasião do Encontro Macro Nordeste quando destacamos alguns elementos que norteariam a nossa avaliação, como RESULTADOS, DIFICULDADES E DESAFIOS que fosse percebido no desenvolver dos trabalhos em todo o Estado.
Foram muitos os resultados e bastantes significativos que serão apresentados no 11º Encontro Nacional em Brasília,  assim como as dificuldades, desafios e impasses que encontramos nessa longa caminhada, entre estes: a exigência do CPF nas oficinas, o pouco diálogo com o CAMP, a demora do CAMP no repasse das oficinas, a não consolidação da Coordenação Estadual, comunicação falha do Talher Nacional com instrumentais complicados e processos de monitoramentos confusos, além de muito tecnicismo nas suas informações para com os Estados.
O Encontro foi também uma oportunidade de dialogo entre os Grupos de Trabalho, que nas suas conversações estariam aprontando a elaboração de mais um material de trabalho para o dia seguinte. Como resultado, Tina pediu que tivesse uma pessoa representando a Juventude na Coordenação; Rosinha e Paulo apresentaram planilhas de contas, saldo da Rede, e outras orientações acerca dos cuidados com os relatórios; Lucas retomou as discussões sobre quais encaminhamentos daríamos acerca do informativo impresso; e Carvalho que reforça o pedido de manter atualizados os instrumentais pedagógicos e que Lucas e Rosinha possam colaborar com o GT Pedagógico na construção das Cartas Pedagógicas.
Animados e animadas com a continuidade dos trabalhos, os educadores e educadoras se puseram a dialogar sobre as atividades a serem desenvolvidas com o aditivo do convênio, principalmente com a distribuição das 78 oficinas que foram distribuídas e que serão posteriormente planejadas em cada microrregional com seus respectivos coletivos de educadores voluntários.
Dessa forma, a Rede de Educação Cidadã do Piauí se fará presente no 11º Encontro Nacional, apresentando e debatendo sobre seus passos, suas ações, sua memória, sua luta articulada, o resgate das parcerias, da valorização do voluntariado, da mística, da sabedoria popular, enfim... na incansável luta por um País Rico e sem Miséria, estaremos nós educadores e educadoras populares do Piauí dando a nossa grande e louvável colaboração neste que chamamos de Projeto Popular para o Brasil.

(Lucas Araujo – educador popular)

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