O sexto dia da Cúpula dos povos foi marcado por muitas experiências, percepções, sentimentos, encontros, desencontros, muitos cheiros e muitas caras. Para o grupo da Recid bem como para os demais grupos ali representados por vários seguimentos seria um dia de manifestações nas ruas, no primeiro momento teríamos um encontro com a programação oficial da Rio + 20, onde estaríamos nas ruas com nossas bandeiras hasteadas, braços erguidos e voz forte ecoando palavras de ordem que foram sufocadas pela imposição de um sistema opressor e impositor que numa atitude imperativa restringiu a participação do poder popular na manifestação a ser realizada na Vila Autodromo.
Respondendo a esse ato de desrespeito à organização popular, a marcha programada para o segundo momento pela Cúpula dos povos partindo da Igreja da Candelária percorrendo toda a avenida Rio Branco culminando na Cinelândia transformou-se num tapete humano abençoado com a chuva que caia suavemente regando as sementes lançadas num asfalto sem vida que desaparecia para germinar o fruto da convicção dos ideais, da força e de luta de todos povos presentes.
Essa marcha foi a confirmação de uma frase de Edgar Morin citada por Marcelo Barros “A utopia faz parte da realidade” a concretude de um mundo de justiça social e paz se solidifica na diversidade dos movimentos e nas particularidades de cada um na busca de convergência da humanidade pelo Bem Viver.
A Rede de forma coletiva contribuiu com a marcha quando evocando o poder da circularidade finca seus pés em sintonia com as vozes que traziam canções integrativas e contagiantes.
(Irmã Evilânia)
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