As profundas transformações que veio ocorrendo na nossa sociedade, sobretudo com o desenvolvimento acelerado da informação e do conhecimento muitas vezes imposto para a juventude, tem-se exigido da RECID PIAUI a necessidade em continuar com o processo de formação em educação popular. Experiência esta que é decorrente de uma experiência exitosa concluída no ano de 2010, alicerçada pelos preceitos da pedagogia freireana em que educadores e educandos puderam construir ao longo de 4 módulos um novo saber, o saber proveniente do conhecimento que liberta, como assim dizia o grande revolucionário José Martí.
No inicio do presente módulo, o educador Antônio Carvalho lembrou do referido trabalho de dois anos atrás realizado como algo promissor, numa perspectiva de estarem ali promovendo a continuidade de um processo, visto que esta é uma formação contínua voltada para o crescimento organizativo dos grupos e dos cidadãos que deles fazem parte.
Foi assim que deu-se inicio à mais nova turma de educadores jovens rurais, acontecendo no auditório da Fundação Santa Angela – FSA, em Pedro II, entre os dias 4 e 5 de junho de 2011.
O curso aconteceu a partir de uma parceria promovida pela RECID Piauí com a Fundação Santa Ângela e a Universidade Estadual com o Professor e Educador Popular Luciano Melo, que inclusive traz a realização do curso declarado pela UESPI através do projeto “Humanismo Caboclo” do qual faz parte.
O curso tem por objetivo formar a juventude que já atua de alguma forma em sua comunidade, propiciando-lhes um aprofundamento no campo da Educação Popular, da Participação Política e dos tipos de Juventudes.
Diversas oficinas temáticas foram trabalhadas sob a coordenação e orientação dos educadores Antônio Carvalho, Luciano Melo, Rosa Pereira e Irmã Evilânia, que juntos promoveram esse espaço de animação e mística espiritual, de reflexão acerca da identidade juvenil, da missão dos movimentos populares e do planejamento das ações enquanto compromisso para cada participante.
O curso teve como pano de fundo a valorização do conhecimento humano e popular, isso foi fortemente visto nas expectativas levantadas pelos jovens participantes que desejaram: Organizar grupos de jovens que possam discutir os problemas das suas comunidades, obterem novos conhecimentos, saber trabalhar em grupo, socializar saberes e conhecer mais sobre a RECID.
Uma das temáticas mais aprofundadas pelos cursistas foi: “JUVENTUDES, O que somos e o que queremos do mundo”, bastante discutida numa perspectiva de desmistificar o jovem enquanto um fenômeno complexo, de valorizar a juventude rural piauiense e de discutir sobre os projetos individuais e coletivos que envolvem e seduzem a juventude, fazendo-a correr atrás de sonhos muitas vezes difíceis de serem realizados.
Após fervoroso aprofundamento das temáticas, os cursistas tomaram consciência de que, com tantas formas diferenciadas de “ser jovem”, pode-se dizer que vivemos uma realidade de muitas “juventudes”, mas que infelizmente ainda é tida como o grande alvo para as praticas capitalistas, consumistas e pervertidas da sociedade moderna.
Apesar disso tudo, o curso deixa para as juventudes rurais de Pedro II alguns compromissos e responsabilidades como parte prática do processo de formação, compromissos que serão incorporados na vivencia do dia a dia de cada jovem na sua comunidade.
O grupo de educadores e educadoras avaliaram o módulo como o início de mais um processo positivo e de alta qualidade, onde moças e rapazes desconhecem na sua prática a palavra “alienação” e trazem consigo a possibilidade de termos uma juventude consciente do seu papel protagonizante e de quebra, a consolidação da rede no nosso Estado do Piauí.
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” (Cora Coralina).
(por Lucas Araujo – educador popular da RECID Piauí)
Esta matéria está postada também no site da RECID Nacional: http://www.recid.org.br/
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